Hoje, 23/07/2016, assisti uma entrevista
concedida pelo navegador Amyr Klink, ao "programa Cidade Entrevista". Uma fala do entrevistado foi
sobre o problema que o país enfrenta para poder avançar. Ele falou em alto e
bom som que o problema se encontra na ineficiência de nossos governantes, da
cultura malandra do brasileiro e do nosso empresariado, que nas palavras do
mesmo tem uma cultura oportunista.
Peguemos a última frase do
parágrafo anterior. Cultura oportunista.
Não sou cego pra não compreender a
fala do navegador, que é empresário também. Ele fez uma boa análise. Não culpou
somente os políticos como é de praxe. Culpou o brasileiro e empresariado nacional
também. E é sobre isso que quero falar.
Outro dia li um comentário feito
num site, sobre o investimento que milhões de jovem brasileiros fazem para passar em concursos públicos de órgãos estatais e no setor público como um todo. O comentário era o seguinte: “nos
EUA o jovem se prepara para ser um empreendedor, no Brasil para conquistar um
emprego público”. Não desconsidero por total essa
crítica, que dependendo da análise de quem lê pode ser boa ou má.
Mas pensemos. Se o setor privado não faz a sua parte ao não oferecer melhores
salários, condições dignas de trabalho, carga horária condizente (dias e horas
de trabalho) e o principal, estabilidade no emprego, tal qual ocorre em países
mais desenvolvidos, exemplo, Alemanha, como o foco deixará de ser a aprovação num concurso público?
Falo isso por encontrar no serviço público a segurança e realização que nunca tive no setor privado. No Brasil não há uma cultura
empresarial de se preocupar com o bem estar de seu funcionário. A visão é de máquinas e não seres humanos. Raras são as empresas que possuí uma visão mais humanizante para com seus colaboradores. A ideia,
infelizmente, da grande maioria, sendo pequenos, médios ou grandes, é obter
mais com investimentos humano de menos.
Não tenho pensamento de esquerda, não
sou de direita ou adepto por completo do liberalismo. Mas observando alguns elementos de
ambos os pensamentos, sem me deixar seduzir por completo por uma ou outra ideologia ou pensamento, consigo ver alguma coisa que faça sentido. O problema é a
ótica de quem vê.
Sei que as questões de ordem tributária do
Brasil, que massacra a todos indistintamente ,faz toda a diferença. Mas se o
setor produtivo quer que haja mudança nos rumos do país, precisa fazer a sua
parte também. Sindicatos ativos ou inoperantes, só existem por conta de
empresários que não estão dispostos a observar seres humanos como seres humanos, com necessidades e preocupações como as suas e não o contrário.
Comentários